Palavra do Presidente

Palavra do Presidente do Musicanto 40 anos

Ativos. Mais do que um termo técnico de quem é Bacharel em Ciências Contábeis, Contador, representa também ação e expressão de riqueza. Tangível e intangível. Tangível, neste caso, é o que se pode tocar; já o intangível é o que nos toca.

Depois do desafio da Fenasoja dos 50 anos, ao chegar aos 50, a vida presenteia com o Musicanto dos 40 anos. A Fenasoja é o tangível, dos 100 anos da soja no Brasil em 2024; o Musicanto é o que nos toca. Toca no sentido de afagar, acalentar, intrigar, integrar, entregar um legado único, bem como o Berço Nacional da Soja merece.

Das mãos e braços de dedicados e visionários colonos, a soja ganhou o Brasil e, inconteste, a América do Sul. De operosos e visionários políticos e culturadores – os que fazem a cultura, inobstante as vicissitudes e dores inerentes a ela –, nasce em Santa Rosa, em 1983, o Musicanto, do tamanho da América do Sul.

Polêmico, inovador, plural, amplo, poliglota, originário, neologista, prenhe de poesia, tem parido obras inolvidáveis e de relevante valor cultural.

Do ponto de vista de continuidade, periodicidade, já foi instável. Financeiramente, sempre desafiador. Em estandardização, discrepante. Em termos culturais, ascendente. Em entretenimento, ávido por mais atividades.

A organização do Musicanto 40 anos apresenta-se como um grande desafio. Desde a ideia de imprimir um modelo de gestão semelhante ao da Fenasoja – compromisso assumido em 2018 e atrapalhado pela pandemia em 2020 –, até levantar recursos públicos e privados para a concretização dos intangíveis, quando se fecharem as portas do evento em 18 de novembro de 2023.

O caminho se inicia com a criação de duas frentes, quais sejam: o Grupo Gestor – que cuida da operação do evento, a que se toca – e o Conselho Editorial – que zela pelo perfil do Musicanto, a parte que nos toca. Os times foram sendo desenhados e, trabalhando, denominados de Musicantários: os voluntários do Musicanto.

Com o desafio posto, e quando já se ouvia o rufar dos tambores – bumbos legueros –  os recursos capitalinos vêm para complementar a solução que a aldeia abraçara. Na terceira tentativa, é aprovado o Recurso da LIC (Lei de Inventivo à Cultura).

A aldeia – tangível – é representada pela Fenasoja, Prefeitura Municipal, Câmara  de Vereadores e um importante número de empresas patrocinadoras que, chamadas, responderam! E, parafraseando Leon Tolstói, o cantar da aldeia nos fará globais e se assim não formos, sermos sul-americanos, nos basta. Já está de bom tamanho!

Esperamos fechar o ciclo dos primeiros 40 anos do Musicanto fortalecendo o legado, escrevendo trilhas no caminho do Musicanto, onde viceja a poesia, a arte, os acordes, a harmonia, mas também uma característica do Musicanto: nunca ser igual; seguir com seu perfil, único, e mais uma vez, sem precedentes, por mais antagônico que seja.

Entregaremos ativos. Intangíveis, que tocam a alma, o coração, a mente e criam memória afetiva, efetiva. No Berço (da soja) ressoam acordes prenhes de poesia. Somos todos Musicanto!

Gerson Miguel Lauermann